Goiás alcança um marco significativo na gestão ambiental ao registrar 125 municípios com destinação adequada de resíduos sólidos urbanos. O número representa um avanço consistente na estruturação de políticas públicas voltadas ao fim dos lixões e à adoção de práticas mais seguras e sustentáveis. A nova configuração coloca o estado entre os que mais evoluíram nesse setor, com mais de 70% dos resíduos produzidos sendo encaminhados a locais devidamente licenciados.
A expansão é expressiva. Em pouco tempo, o estado saiu de pouco mais de uma centena de municípios com destinação regularizada para atingir o atual patamar. O salto revela maior atenção das administrações locais ao tema e adesão crescente às normas de encerramento dos lixões, reabilitação das áreas degradadas e implantação de soluções técnicas capazes de dar destino correto ao lixo produzido diariamente.
Do total de municípios com destinação ambientalmente adequada, a maioria utiliza aterros sanitários licenciados dentro do próprio estado, distribuídos em diferentes regiões, o que facilita a logística e reduz custos operacionais. Outras cidades, por estarem próximas a divisas estaduais, optam por aterros autorizados em estados vizinhos. Há ainda municípios de menor porte que utilizam aterros provisórios, modelo permitido para localidades com baixa geração de resíduos e população reduzida.
O avanço está atrelado ao Programa Lixão Zero, iniciativa estruturada para eliminar definitivamente os lixões a céu aberto e modernizar o sistema de saneamento ambiental. A proposta prevê a regionalização da gestão de resíduos, em que diferentes municípios passam a compartilhar aterros sanitários e estruturas complementares. O modelo, já adotado com sucesso em outras regiões do país, promete mais eficiência, redução de custos e garantia de operação contínua e tecnicamente adequada.
Mesmo com o progresso, o encerramento dos lixões ainda exige atenção. Para que o processo seja concluído, os municípios precisam obter licenças ambientais específicas, cercar as áreas que receberam descarte irregular, recuperar o solo e implantar ou fortalecer programas de coleta seletiva. Até o momento, dezenas de licenças já foram emitidas, enquanto outras estão em análise. Há também municípios que ainda não iniciaram os trâmites e que demandam maior apoio técnico e administrativo para cumprir as exigências.
Os benefícios da mudança são amplos. A eliminação dos lixões reduz de forma significativa a contaminação do solo e da água, diminui emissões de gases poluentes e contribui para a preservação da saúde pública. A destinação adequada também abre portas para o avanço da economia circular, estimulando atividades de triagem, reciclagem e reaproveitamento de materiais que antes eram descartados de forma incorreta.
Para especialistas, o desafio futuro está na consolidação do modelo regionalizado e na ampliação da coleta seletiva. Sem essas duas frentes, a mudança estrutural corre risco de ficar incompleta. Além disso, municípios que ainda não iniciaram o processo de regularização precisam ser acompanhados de perto para que o estado alcance a meta de erradicar completamente os lixões.
Com resultados concretos e a perspectiva de ampliar ainda mais o número de municípios regularizados, Goiás dá passos importantes rumo a um cenário de sustentabilidade, modernização da gestão de resíduos e melhoria da qualidade de vida. O avanço aponta para um futuro mais limpo e seguro, onde a responsabilidade ambiental se transforma em política pública eficiente e duradoura.