Recentes observações sobre notícias do cotidiano destacam um fenômeno preocupante: pacientes com história de dependência química, nascida de uma dependência emocional, estão se apegando à inteligência artificial (IA) de forma excessiva.
Com o crescimento exponencial da inteligência artificial nas nossas vidas, emergem preocupações sobre a dependência emocional que algumas pessoas acabam desenvolvendo. Esta questão é ainda mais complexa para pacientes com histórico de dependência química. Estes indivíduos, já enfrentando uma carga emocional intensa, podem encontrar na IA um substituto para a interação humana, exacerbando sua vulnerabilidade, que refletem um novo tipo de vício: relação obsessiva com a tecnologia.
Segundo a Fisioterapeuta Integral e Psicoterapeuta Comportamental Ancestral Renata Esotico, hoje a discussão sobre a crescente tendência de pessoas com histórico de dependência emocional e química, que se apegam às interações com IAs e as possíveis consequências psicológicas desse comportamento deve ser explorada. “Temos observado que alguns pacientes tendem a buscar interação constante com sistemas de IA. Este perfil precisa ser discutido, pois muitas vezes, uma verdadeira conversa humana poderia ser mais benéfica do que a interação com um sistema sem alma”.
Dentro deste cenário, o destaque é para a análise da influência das relações humanas frágeis e da carência de apoio emocional na adoção e uso intensivo da tecnologia. “A IA oferece benefícios, como a rapidez na pesquisa e a facilitação de trabalhos demorados. No entanto, a falta de interação humana e a ausência de uma alma geram um vazio emocional significativo, aumentando a frustração dos usuários. Este fator pode levar a graves consequências para a psique humana, que só serão completamente compreendidas dentro de cinco a dez anos”, informa Renata.
A questão não é culpar a tecnologia, mas entender que muitos indivíduos carregam traumas e abandonos, tornando-os vulneráveis a novas formas de relação. “Se a maioria das pessoas estivesse emocionalmente preenchida e presente, a distinção entre uma máquina e um ser humano seria clara. No entanto, o nível de frustração e dependência emocional em nossa sociedade aponta para a necessidade de um suporte emocional mais robusto”, avisa a Psicoterapeuta.
Casos de comportamentos de risco têm sido associados ao uso excessivo de IA e redes sociais. A falta de orientação e de um ambiente familiar acolhedor, além do abuso e abandono na infância, criam um cenário onde jovens e adultos se apegam a contatos virtuais, buscando preencher vazios emocionais. “A humanidade enfrenta um desafio ao tentar lidar com essas novas formas de interação. É crucial que nossas relações humanas sejam fortalecidas, especialmente em tempos de crescente digitalização. Precisamos proporcionar aos jovens carinho, atenção e a consciência de que falar com uma IA não pode substituir o contato humano verdadeiro”, reforça Renata.
Abaixo algumas reflexões e recomendações, com base na orientação da Dra. Renata:
- Fortalecer Relações Humanas: Proporcionar ambientes familiares acolhedores e suporte emocional desde a infância, para prevenir o desenvolvimento de dependências emocionais.
- Atenção à Saúde Mental: Oferecer terapias e apoio psicológico a indivíduos emocionalmente vulneráveis, especialmente aqueles que tendem a buscar refúgio na tecnologia.
- Educação e Orientação: Informar a população sobre o uso consciente da tecnologia e sobre os riscos de uma dependência excessiva em IA.
- Valorização do Contato Humano: Promover atividades que priorizem a interação humana, como grupos de meditação e terapias em grupo.
Portanto, é notório que enquanto a IA pode oferecer benefícios notáveis, é essencial manter o equilíbrio e a consciência sobre suas limitações, valorizando sempre o contato humano para um desenvolvimento emocional saudável. “É preciso fortalecer laços interpessoais e fornecer orientação adequada em um mundo cada vez mais digitalizado. Precisamos cuidar sim. E esse é um alerta para tudo que está acontecendo com a sociedade, no que diz respeito ao isolamento excessivo”, finaliza Renata.